Banco Inter eleva projeção do PIB brasileiro para 2025
Banco destaca desempenho do setor agropecuário e revisa crescimento para 1,8%
247 - O Banco Inter revisou para cima suas projeções de crescimento econômico para o Brasil em 2025, apontando o agronegócio como o principal impulsionador da atividade no curto prazo. De acordo com relatório divulgado pela instituição e assinado pela economista-chefe Rafaela Vitória, a nova expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,8% no próximo ano — acima da estimativa anterior, que apontava alta de 1,5%. As informações são do Metrópoles.
A projeção para 2026 foi mantida em 2%. O relatório também estima que o PIB terá um impulso relevante já no primeiro trimestre de 2025, com crescimento de 1,1% em relação ao último trimestre de 2024. “Estimamos que o setor [agropecuário], com 15% de alta frente ao mesmo período no ano anterior, deva ser o principal responsável pela aceleração do PIB”, aponta o documento.
Apesar do bom desempenho inicial, o Inter alerta para um possível arrefecimento da atividade econômica na segunda metade do ano, diante dos efeitos mais evidentes da taxa básica de juros (Selic) elevada e da possível ausência de novos impulsos do setor agropecuário. “Sem o mesmo desempenho do agro, o PIB tende a ficar mais próximo da estabilidade na segunda metade do ano”, afirma o banco.
Quanto à inflação, a expectativa do Inter é de uma taxa de 5,3% ao fim de 2025 — ligeiramente abaixo dos 5,4% previstos anteriormente. Para 2026, a projeção se mantém em 4,4%. O banco destaca a persistência da inflação de serviços como fator de pressão sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mesmo com possível alívio na inflação de bens, como combustíveis.
“A inércia na inflação de serviços deve seguir mantendo o IPCA acima da meta ao longo do ano”, afirma o relatório. Por outro lado, a instituição espera uma leve valorização do real, com a taxa de câmbio revisada de R$ 5,80 para R$ 5,70 por dólar.
A política monetária também segue em foco. O Inter mantém a projeção de estabilidade da Selic em 14,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com possibilidade de queda apenas a partir de dezembro.
“O custo da política monetária está claramente mais elevado neste ciclo, com o nível de desconfiança no ajuste fiscal ainda alto”, destaca o documento. “Esperamos que a Selic deva ser mantida no elevado patamar até o final do ano, com o início de cortes estimado para dezembro.”
O banco ainda ressalta que um processo mais acelerado de desinflação pode ocorrer se o governo conseguir maior rigor na execução fiscal. “O processo de desinflação pode ser mais célere caso o governo tenha maior disciplina na execução fiscal ao longo dos próximos meses”, diz o relatório. No entanto, também faz um alerta: “Novos estímulos podem manter a inflação em alta, pressionar o câmbio e resultar em prolongamento do aperto monetário.”
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