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      Com adesão à OPEP+, Brasil amplia margem de manobra no mercado de energia

      Especialistas consideram acertada a decisão anunciada pelo ministro Alexandre Silveira

      Alexandre Silveira (Foto: TAUAN ALENCAR (DIVULGAÇÃO/MME))
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O governo brasileiro anunciou, nesta terça-feira (18), sua adesão ao fórum da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), o que representa um movimento estratégico na política energética e diplomática do país. No entanto, a decisão não implica um ingresso formal na organização, mas sim uma participação no espaço de discussões promovido, sem compromissos obrigatórios de cortes ou ajustes na produção do combustível. A informação foi divulgada pela Sputnik Brasil.

      O fórum da OPEP+ reúne países produtores de petróleo e tem como principal objetivo a troca de informações e o estabelecimento de parâmetros para o mercado global da commodity. O Brasil, que já figura como uma nação petroleira relevante, optou por não se comprometer com a política de controle de produção imposta pelo grupo. O governo Lula tem se mostrado reticente em firmar alianças rígidas que possam prejudicar sua autonomia nas relações comerciais.

      Em entrevista ao Sputnik Brasil, Elton Gomes, doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), destacou que essa adesão ao fórum não representa uma mudança significativa na política externa brasileira, que historicamente busca manter sua margem de manobra e relações comerciais diversificadas. "Não significa que o Brasil vai integrar a organização. Não é do histórico da política externa brasileira fazer comprometimentos muito severos, alianças que impliquem em uma posição inflexível e reduzam sua margem de manobra em termos de política comercial", afirmou.

      Segundo o especialista, a adesão pode trazer benefícios como a estabilidade dos preços do petróleo, o o a mercados internacionais e uma maior cooperação técnica com outros países produtores. "Fazer parte do fórum é dizer que é amigo. Dizer que é amigo, se colocar à disposição para cooperar, participar de reuniões, se apresentar como membro observador, se oferecer bons ofícios diplomáticos... Isso, sim, é coerente com a política externa brasileira, que está presente em um sem número de organizações", explicou.

      Divergências internas e impactos na transição energética

      Apesar da postura pragmática do governo Lula, a adesão ao fórum da OPEP+ gerou debates internos e externos sobre os rumos da política energética do Brasil. A gestão federal tem defendido o uso dos recursos do petróleo para financiar uma transição energética gradual, mas enfrenta críticas de setores ambientalistas e de alas mais progressistas dentro do Partido dos Trabalhadores.

      "Existem divergências sobre a adesão do Brasil à OPEP+ que são significativas e podem representar uma queda de braço dentro do governo Lula. Uma parte importante do Partido dos Trabalhadores se coloca do ponto de vista do ambientalismo. Você tem a ministra Marina Silva e outros atores políticos importantes que poderiam perceber a adesão à OPEP+ como um contrassenso à agenda do governo", apontou Gomes.

      Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, criticou duramente a adesão do Brasil ao fórum: "A adesão do Brasil a qualquer instância da OPEP é mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de combustíveis fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo, ao aumento de eventos extremos em toda parte do planeta, denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do ado frente a um enorme desafio do presente e do futuro."

      Para Araújo, a utilização de recursos das reservas de petróleo já em operação para financiar a transição energética é uma alternativa válida, mas a expansão da exploração é um equívoco. "Intensificar o uso de fósseis para uma demanda que precisa urgentemente cair é como fazer uma guerra alegando buscar a paz", criticou.

      Transição energética: desafio econômico e tecnológico

      O Brasil tem avançado no desenvolvimento de fontes renováveis, como energia solar e eólica, mas ainda enfrenta desafios estruturais e financeiros para consolidar essa transição de maneira sustentável. Segundo especialistas, o país precisa equilibrar sua política energética entre manter a exploração de petróleo como fonte de receita e, ao mesmo tempo, acelerar o investimento em energia limpa.

      O governo argumenta que a adesão ao fórum da OPEP+ não significa um retrocesso ambiental e que, ao contrário, permite ao Brasil influenciar as discussões internacionais sobre a transição energética de maneira mais ativa. Entretanto, a questão segue polêmica e será um dos principais desafios da política externa e ambiental do governo Lula nos próximos anos.

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