Embraer prevê retomada da aviação agrícola em 2025 com otimismo no setor

247 - A Embraer avalia que 2025 pode marcar o início de uma retomada em sua divisão de aviação agrícola. A projeção foi feita por Sany Onofre, líder da unidade, em entrevista ao Estadão/Broadcast durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, encerrada em 1º de maio. As informações são da CNN Brasil.

"Nosso plano, por ora, é continuar nessa faixa de produção", afirmou o executivo, referindo-se ao ritmo atual de vendas, que se mantém estável entre 60 e 70 aeronaves por ano. Esse volume deve se repetir em 2024, desde que o ambiente político e econômico permaneça favorável.

Mesmo sem prever a utilização plena da capacidade instalada de até 100 unidades por ano, a Embraer já sente um clima mais positivo no mercado. “Este ano já percebemos um otimismo maior que no ano ado, que também foi bom”, avaliou Onofre. “A gente acha que este ano marca uma virada.”

A principal aposta da empresa no setor segue sendo o Ipanema, modelo consagrado com mais de 50 anos de história e que hoje já é entregue com motor 100% movido a etanol. Desde o lançamento da atual geração, quase 400 unidades foram entregues, contribuindo para uma frota ativa estimada em 1.200 aeronaves no país.

“O Ipanema é o avião mais vendido do Brasil – não apenas entre os agrícolas, mas considerando todos os segmentos”, destacou o executivo. Segundo ele, o modelo representa uma alternativa mais eficiente e econômica que o uso de pulverizadores terrestres, sendo indicado principalmente para propriedades com mais de 1.500 hectares. O preço da aeronave gira em torno de R$ 4 milhões, a depender dos equipamentos embarcados.

Paralelamente à aviação, a Embraer também tem investido em inovação com o desenvolvimento da plataforma digital Agro Explore, voltada ao mapeamento de fazendas. Utilizando satélites da Visiona — empresa do grupo — a solução permite identificar falhas no plantio e focos de pragas, orientando o produtor na aplicação precisa de defensivos.

A empresa acompanha de perto tendências como o uso de drones agrícolas, mas não vê a tecnologia como substituta da aviação tripulada. “O Ipanema tem capacidade para mil litros no tanque. Um drone agrícola, como os chineses, carrega cerca de 40 litros. São tecnologias complementares. O importante é usar a ferramenta certa para cada tipo de operação”, afirmou Onofre.