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      “Estão tentando eliminar um mandato de esquerda combativo”, diz Sâmia

      Para Sâmia Bomfim, processo de cassação de Glauber Braga é arbitrário, desproporcional e fruto de aliança entre Arthur Lira, centrão e bolsonarismo

      (Foto: Câmara dos Deputados)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) denunciou, em entrevista ao programa Boa Noite 247, o que classificou como uma manobra política articulada para retirar do Congresso um dos principais quadros da esquerda combativa, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Glauber está em greve de fome há mais de 40 horas, em protesto contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara que aprovou, por 13 votos a 5, o pedido de cassação de seu mandato. A motivação formal do processo foi um episódio de abril de 2024, quando o deputado expulsou fisicamente o militante do MBL, Gabriel Costenaro, das dependências da Câmara.

      Segundo Sâmia, a punição é desproporcional e o processo está sendo instrumentalizado para punir um mandato que desafia interesses consolidados. “Estão tentando tirar um mandato de esquerda combativo, que organiza as trabalhadoras e os trabalhadores”, declarou. Para ela, o caso não diz respeito apenas à conduta do parlamentar, mas envolve “um processo de perseguição patrocinado por Arthur Lira” e sustentado pela “fauna e a flora do centrão e da extrema direita brasileira”.

      A parlamentar revelou que, desde o início da greve de fome de Glauber, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não respondeu a nenhuma das tentativas de interlocução por parte de parlamentares ou lideranças partidárias. “É um desrespeito com a Câmara, com o PSOL e com o povo brasileiro”, afirmou. Ela relatou que houve um atraso deliberado de três horas na abertura da ordem do dia, o que teria viabilizado a aprovação do parecer pela cassação. “Ontem, o presidente Hugo Motta excepcionalmente não abriu a ordem do dia às 16h, como de costume, mas às 19h — exatamente o tempo necessário para que o processo fosse votado”, disse.

      Sâmia também explicou que, nos bastidores da Câmara, até deputados de outras bancadas demonstram incômodo com o que chamam de “exagero” na pena imposta. “O que isso escancara é que não se trata dos fatos em si. Estão utilizando outros elementos da política para fazer um julgamento enviesado”, afirmou. Ela apontou a crescente mobilização da sociedade e a solidariedade expressa em atos ecumênicos, manifestações de movimentos sociais, sindicatos e do movimento estudantil como centrais para a resistência.

      A deputada alertou para as tentativas da extrema direita de deslegitimar a greve de fome de Glauber e reforçou a importância das redes sociais no enfrentamento da desinformação. “A extrema direita tenta fazer chacota com a greve de fome, com desrespeito completo. Mas se trata de um processo de perseguição”, afirmou. Como parte da estratégia de enfrentamento, ela convocou a militância a utilizar a hashtag #GlauberFica e a pressionar parlamentares com mensagens e e-mails.

      Sobre o estado de saúde do deputado, Sâmia tranquilizou os apoiadores. “Ele está bem, tranquilo, mas é um trabalho físico e também psicológico pesado. Está sendo acompanhado por médicos da Câmara e por médicos voluntários da esquerda em esquema de revezamento”, explicou.

      A parlamentar informou que a bancada do PSOL pretende apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça e estuda alternativas jurídicas para impedir a votação do pedido de cassação no plenário. “Tem outros precedentes de cassação que puderam ser revertidos. Vamos usar todos os caminhos possíveis”, afirmou. Segundo ela, o objetivo é evitar que a decisão do Conselho de Ética seja pautada por Hugo Motta, o que poderia acontecer diretamente ou por meio de uma resolução ível de emendas.

      Ao ser questionada sobre o papel do governo federal, Sâmia revelou que a bancada já dialoga com membros do Executivo, incluindo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tome conhecimento da situação. “Estamos lidando com Arthur Lira, com o orçamento secreto, com o corporativismo dos parlamentares e com os bolsonaristas. Até o Bolsonaro ligou pro Nicolas Ferreira pedindo que colocasse o tema do Daniel Silveira em pauta. A gente está lidando com isso, com Bolsonaro em pessoa, com Valdemar Costa Neto, com tudo o que há de mais retrógrado na política brasileira. Por isso, do nosso lado, tem que ter todo o peso da articulação e da influência política”, disse.

      Sâmia também comentou a cobertura da imprensa sobre o caso, avaliando que há uma mudança em curso. “Acredito que tem virado. De ontem para hoje, mais veículos começaram a repercutir. O processo existe desde abril do ano ado, mas ficou clandestino. Agora, com a gravidade escancarada, está recebendo atenção da mídia”, observou.

      A entrevista foi concluída com um chamado à mobilização contínua e à solidariedade ativa por parte da sociedade. “Quanto mais pessoas disseminarem essa linha, melhor pras nossas condições aqui dentro. A gente precisa que a opinião pública esteja ao nosso lado para que tenha forças de batalhar contra esse poder imenso da Câmara que está querendo cassar o mandato do Glauber”, afirmou a deputada. Assista: 

       

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