Lejeune Mirhan: "Netanyahu é o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade"
Sociólogo aponta cumplicidade dos Estados Unidos e questiona viabilidade de um Estado palestino mesmo após eventual queda do premiê israelense
247 - Durante participação no programa Bom Dia 247, o sociólogo e professor Lejeune Mirhan fez duras críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a quem classificou como “o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade”. Segundo ele, os crimes cometidos por Israel na Faixa de Gaza o colocam ao lado de figuras históricas como Adolf Hitler, mesmo com diferentes escalas de vítimas.
“E, sim, ele pode ser comparado a Hitler, mesmo que tenha matado 60 mil, enquanto Hitler assassinou 6 milhões”, afirmou Mirhan, referindo-se ao atual número de mortos palestinos em Gaza. Para ele, o que distingue a violência promovida por Netanyahu é a sistematicidade do extermínio e o apoio da população israelense ao que chama de genocídio em curso. “Se há um assunto que unifica a sociedade israelense, é o genocídio”, disse.
O professor também fez uma avaliação crítica sobre as possibilidades políticas dentro do Estado de Israel. Na sua visão, a essência do projeto sionista está diretamente ligada à negação do direito de existência do povo palestino. “A essência do Estado de Israel é a negação do Estado palestino”, declarou. Ele avalia como inviável a proposta de dois Estados convivendo em paz, mesmo com o apoio de potências ocidentais. “Isto não vai acontecer”, afirmou.
Mirhan considera que a permanência de Netanyahu no cargo está ligada à sustentação geopolítica norte-americana. “A meu ver, Netanyahu pode cair a qualquer momento – e quem fará isso serão os Estados Unidos”, disse. Ele cita o analista Jeffrey Sachs como um dos que apontam a capacidade dos EUA de destituírem o premiê, caso seja de seu interesse estratégico. No entanto, mesmo que isso ocorra, o sociólogo acredita que a política de anexação de territórios palestinos não será alterada de forma significativa. “É muito improvável que Israel aceite um Estado palestino”, concluiu.
Em sua análise, Lejeune Mirhan também observa uma crise moral do Ocidente diante da brutalidade do cerco a Gaza. Ele menciona a possibilidade de que países europeus comecem a recuar no apoio ir a Israel, mas sem acreditar que haverá uma ruptura real. “Esse esforço retórico não vai dobrar Israel. Pode ser positivo como gesto diplomático, mas não tem eficácia prática”, avaliou.
Por fim, ao ser questionado sobre a única alternativa viável para o conflito, Mirhan citou propostas defendidas por intelectuais palestinos como Ilan Pappé. “O mais destacado deles defende um Estado binacional, de nome Palestina, com igualdade de direitos. Mas isso está longe de se viabilizar no mundo atual”, afirmou. Assista:
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