Amazon nega que planejasse divulgar o custo das tarifas dos EUA em produtos
Após críticas da Casa Branca, Amazon nega plano de detalhar impacto das tarifas de Trump sobre preços em seu site de varejo nos EUA
Reuters – A Amazon negou, na terça-feira (29), uma reportagem que afirmava que a empresa planejava informar aos clientes, em seu site, o custo adicional gerado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos sob o governo do presidente Donald Trump. A negativa veio após críticas da Casa Branca à suposta iniciativa.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou ter discutido com Trump uma reportagem do Punchbowl News sobre os supostos planos da Amazon e transmitiu a posição do presidente: "Este é um ato hostil e político da Amazon".
A Amazon declarou que nunca cogitou divulgar tarifas em seu principal site de varejo e assegurou que nenhuma medida nesse sentido foi implementada em qualquer uma de suas plataformas.
"A equipe que istra nossa loja Amazon Haul de baixíssimo custo considerou a ideia de incluir taxas de importação em determinados produtos. Isso nunca foi aprovado e não vai acontecer", declarou um porta-voz da empresa.
As ações da Amazon chegaram a cair 2,2% no pré-mercado, mas posteriormente se recuperaram, sendo negociadas praticamente estáveis.
Desde o início do segundo mandato de Trump em 2025, os Estados Unidos intensificaram sua política tarifária, impondo um volume expressivo de tarifas a diversos parceiros comerciais, incluindo a China. Segundo dados recentes, os custos tarifários aumentaram 145% desde que Trump reassumiu o cargo.
Montadoras e outras empresas alertaram que novas tarifas podem elevar significativamente o preço final dos bens de consumo.
Lançada em novembro, a loja Amazon Haul oferece produtos de baixo custo, como bolsas de US$ 5 e suéteres de US$ 10, provenientes de vendedores chineses. No entanto, esses itens costumam ter prazos de entrega mais longos e podem ser afetados pelas mudanças tarifárias.
Neste mês, Trump assinou uma ordem executiva que fecha a brecha conhecida como de minimis, que permitia a entrada nos Estados Unidos, sem cobrança de impostos, de encomendas de baixo valor enviadas da China e de Hong Kong. A medida entrará em vigor em 2 de maio.
De acordo com reportagem publicada pela Reuters na segunda-feira (28), alguns comerciantes terceirizados que anteriormente ofereciam produtos fabricados na China durante o Prime Day da Amazon, em julho, não participarão do evento este ano ou reduzirão o volume de ofertas com desconto.
Na terça-feira, Leavitt também mencionou uma reportagem de 2021 da Reuters que apontava uma parceria entre a Amazon e um "braço de propaganda chinês".
"Então, esta é outra razão pela qual os americanos devem comprar produtos americanos", afirmou Leavitt, destacando os esforços do governo Trump para fortalecer cadeias de suprimentos essenciais e estimular a produção nacional.
A Amazon declarou, ainda em 2021, que "cumpre todas as leis e regulamentações aplicáveis, onde quer que operemos, e a China não é exceção".
Na terça-feira, a Casa Branca compartilhou em suas redes sociais o link da reportagem da Reuters. Procurada novamente após a negativa da Amazon, a Casa Branca não comentou o caso.
Reportagem de Andrea Shalal e Steve Holland; colaboração de David Shepardson (Washington) e Sophia Deborah (Bengaluru); edição de Chizu Nomiyama e Alistair Bell
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: