China mantém posição de luta contra tarifas dos EUA e aposta na cooperação global
Em editorial, o Global Times defende que a resposta chinesa à guerra comercial liderada por Trump é pautada por confiança estratégica
247 - As novas contramedidas tarifárias da China contra os Estados Unidos começaram a valer nesta quinta-feira (10). Em editorial publicado nesta sexta-feira, o jornal Global Times, destaca que o governo chinês reafirma sua disposição para o diálogo, mas também sua determinação em resistir às pressões norte-americanas até o fim, caso necessário. A publicação defende que a China está preparada para enfrentar os desafios impostos pela guerra comercial, guiada por uma confiança estratégica consolidada e por um firme compromisso com a estabilidade da ordem econômica internacional.
"A China não quer essas guerras tarifárias, mas não tem medo delas", destacou o editorial. Segundo o texto, a resposta chinesa tem se distinguido da postura “errática” do presidente dos EUA, Donald Trump, por sua serenidade e consistência. “A China tem mantido uma resposta calma, serena e comedida, mostrando ao mundo ser capaz de ar a pressão, permanecer firme e assumir grande responsabilidade.”
Além das contramedidas tarifárias, o governo chinês também lançou um livro branco intitulado “Posição da China sobre Algumas Questões Relativas às Relações Econômicas e Comerciais China-EUA”, reafirmando que as trocas comerciais entre os dois países são de natureza mutuamente benéfica e que o caminho mais sensato para resolver as divergências continua sendo o diálogo com base em respeito mútuo e igualdade.
Entre as ações concretas implementadas para reforçar a confiança do mercado e promover a abertura econômica, o editorial cita a ativação da política de reembolso de compras para turistas estrangeiros, além da realização da 137ª Feira de Cantão e da 5ª Exposição Internacional de Produtos de Consumo da China — dois dos maiores eventos de comércio do mundo. Para o Global Times, essas iniciativas demonstram que “a onda de reação contra a globalização iniciada pelos EUA não pode mudar o curso firme do gigante navio da China”.
O texto ressalta ainda que a China segue priorizando o desenvolvimento de alta qualidade, a inovação tecnológica e a reforma econômica voltada para soluções práticas. No plano internacional, o país sustenta uma política de “verdadeiro multilateralismo” e reforça sua abertura com base em padrões internacionais. “A economia chinesa é como um oceano capaz de resistir a ventos turbulentos e tempestades”, afirma o editorial, ao defender que a “luta até o fim” está ancorada em “forte confiança”.
A publicação também observa que outras potências econômicas, como a União Europeia e a ASEAN, têm manifestado interesse em fortalecer parcerias com a China. O jornal The New York Times reconheceu que a escalada de tarifas pelos EUA torna a China “uma opção mais atraente” para empresas diante da instabilidade do comércio internacional. A Deutsche Welle, por sua vez, citou especialistas segundo os quais a China tende a ser mais resiliente que os EUA nesse confronto.
“A posição da China tem sido clara: se os EUA querem conversar, nossa porta permanece aberta; mas se quiserem lutar, nossa resposta continuará até o fim”, afirma o texto, reiterando a disposição chinesa para defender seus interesses legítimos, inclusive com apoio das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A confiança chinesa, segundo o editorial, não vem apenas de sua força econômica interna, mas também do compromisso ideológico com a construção de “uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”. O país reafirma seu papel como defensor do sistema multilateral de comércio, com ações concretas para facilitar o investimento e atrair capital estrangeiro.
“Otimismo em relação à China”, “revisão para cima das previsões de crescimento” e “mais investimento na China” são descritos como expressões cada vez mais comuns na comunidade empresarial internacional. Nesse contexto, a tentativa dos EUA de isolar a China parece estar surtindo efeito contrário, tornando o país asiático ainda mais relevante como parceiro estratégico no cenário global.
O colunista do New York Times, Thomas Friedman, também é citado no editorial ao afirmar que os EUA se colocaram numa “guerra sem saída”. Para o Global Times, a China demonstrou não apenas resiliência, mas também sabedoria ao se manter firme, confiante e sintonizada com os ventos da história. A conclusão do texto sintetiza essa postura: “Qualquer tempestade será apenas uma nota de rodapé nesse processo histórico.”
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: