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      Mercados globais voltam a desabar com escalada da guerra comercial dos EUA contra a China

      Dólar cai ao menor nível em anos, ouro atinge recorde e investidores fogem de ativos americanos em meio ao temor de recessão

      Pessoas am por uma tela eletrônica exibindo a média das ações Nikkei do Japão do lado de fora de uma corretora em Tóquio, Japão, em 11 de abril de 2025. REUTERS/Kim Kyung-Hoon (Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
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      247 - As tensões comerciais entre Estados Unidos e China provocaram um terremoto nos mercados financeiros globais nesta sexta-feira (11), informa a Reuters. Os efeitos da nova rodada de tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, desencadearam uma onda de aversão ao risco, com forte queda em bolsas, fuga de capitais e busca por ativos considerados seguros.

      O dólar americano enfrentou uma pressão de venda significativa, atingindo o menor nível em 10 anos frente ao franco suíço e em seis meses diante do iene japonês. O euro também se fortaleceu, saltando 1,7% e chegando a US$ 1,13855, patamar não visto desde fevereiro de 2022. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, caiu abaixo de 100, algo que não acontecia desde julho de 2023.

      “O que estamos vendo nos mercados de títulos dos EUA não tem nada a ver atualmente com preocupações com a inflação”, afirmou Michael Krautzberger, diretor de investimentos em renda fixa da Allianz Global Investors. Para ele, a recente liquidação dos títulos do Tesouro pode refletir o medo de que uma desaceleração do crescimento – ou mesmo uma recessão – torne a já frágil situação fiscal americana ainda mais insustentável.

      A turbulência fez o ouro disparar 1,1% e alcançar a máxima histórica de US$ 3.210 por onça. Já o franco suíço, considerado tradicionalmente um porto seguro, valorizou-se ao seu maior nível em uma década frente ao dólar. “Há claramente um êxodo de ativos americanos. Uma queda no mercado de câmbio e de títulos nunca é um bom sinal”, alertou Kyle Rodda, analista sênior da Capital.com. “Isso vai além de precificar uma desaceleração do crescimento e a incerteza comercial”, completou.

      A situação dos mercados acionários também foi dramática. O índice Nikkei, do Japão, despencou 4,3% no pregão asiático, enquanto o índice sul-coreano recuou quase 1%. O principal índice de Taiwan chegou a cair, mas fechou em alta de quase 2%. Na China continental, os impactos foram mais amenos: o índice blue-chip CSI300 caiu apenas 0,1%, e o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,56%.

      Nos Estados Unidos, a quinta-feira já havia sido marcada por perdas expressivas. O índice Dow Jones caiu 2,5%, o S&P 500 recuou 3,5% e o Nasdaq, mais sensível ao setor de tecnologia, despencou 4,3%. Os futuros desses índices apresentaram leve recuperação nesta sexta-feira, assim como os contratos europeus, embora os analistas alertem para uma alta volatilidade no curto prazo.

      A origem do pânico foi o anúncio de Trump de que as tarifas sobre importações chinesas foram elevadas a níveis médios de 145%. Em resposta, Pequim retaliou com novas tarifas, levando analistas a projetarem que o nível das taxas chinesas possa ultraar os 84%. A escalada da disputa comercial alimenta temores de uma desaceleração sincronizada da economia global.

      “O cenário de curto prazo para os ativos de risco globais permanece incerto, dadas as preocupações com crescimento e inflação, sentimentos instáveis e desenvolvimentos em rápida mudança nas frentes comercial e tarifária”, disse Vasu Menon, diretor de estratégia de investimentos do OCBC Bank, de Cingapura.

      A liquidação dos títulos do Tesouro americano foi particularmente acentuada: os rendimentos das notas de 10 anos subiram para 4,45%, marcando o maior salto semanal desde 2001. Os títulos de 30 anos, por sua vez, avançaram para 4,90%, o maior movimento desde 1982. Investidores e gestores de fundos mencionaram que a magnitude da queda remete à “corrida por dinheiro” observada no início da pandemia de COVID-19.

      James Athey, gestor da Marlborough, declarou que “a perspectiva continua mais sombria e com mais incertezas do que há um mês”. Segundo ele, “ainda há muitas perguntas sem resposta – e sem resposta à vista”.

      Mesmo os dados positivos divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA – que indicaram uma queda inesperada nos preços ao consumidor em março – foram ignorados pelo mercado. A expectativa é que esse alívio inflacionário não se sustente diante das novas tarifas e da incerteza econômica.

      Nas commodities, além do ouro em alta, o petróleo teve uma performance negativa. O barril do West Texas Intermediate recuou 0,5%, enquanto o Brent caiu 0,6%, fechando a segunda semana consecutiva no vermelho. A preocupação central do mercado é que uma guerra comercial prolongada entre Washington e Pequim provoque uma retração da demanda global.

      O cenário de instabilidade nos mercados financeiros, agravado por decisões unilaterais de política comercial, reforça a percepção de que o mundo caminha para um período de riscos econômicos elevados. A volatilidade, como apontam os analistas, deve permanecer como a marca dos próximos meses.

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