EUA pressionam FMI e Banco Mundial a "retomarem foco em estabilidade econômica"
Washington critica "desvio de missão das instituições" e defende reformas alinhadas a interesses estratégicos norte-americanos
247 - Durante os encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, realizados em Washington, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, fez duras críticas às duas instituições, acusando-as de se desviarem de suas "missões originais" ao "priorizarem temas como mudanças climáticas, gênero e questões sociais". As declarações foram feitas em discurso no Instituto de Finanças Internacionais e repercutidas pelo The New York Times.
Bessent afirmou que o FMI e o Banco Mundial têm se afastado de seus "propósitos fundacionais" de promover estabilidade macroeconômica e desenvolvimento. “O FMI sofreu com a ampliação de sua missão”, disse, acrescentando que a instituição “dedica tempo e recursos desproporcionais ao trabalho sobre mudanças climáticas, gênero e questões sociais”. Ele enfatizou que “essas questões não são a missão do FMI”.
O Secretário do Tesouro também criticou o Banco Mundial, especialmente por seu foco em mudanças climáticas durante a istração anterior. Ele afirmou que o banco “não deve mais esperar cheques em branco para instituições centradas em marketing, e em palavras de ordem, acompanhado de compromissos tímidos com reformas”. Bessent defendeu que o banco seja “tecnologicamente neutro” em seus investimentos energéticos, priorizando a ibilidade e considerando tanto combustíveis fósseis quanto energias renováveis.
Apesar das críticas, Bessent garantiu que os Estados Unidos não pretendem se retirar do FMI e do Banco Mundial. “‘América Primeiro’ não significa América sozinha”, afirmou. “Pelo contrário, é um chamado para uma colaboração mais profunda e respeito mútuo entre os parceiros comerciais.” Ele ressaltou que a istração Trump busca expandir a liderança dos EUA nessas instituições internacionais.
As declarações de Bessent ocorrem em um contexto de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. O Secretário do Tesouro defendeu as ações comerciais da istração Trump e instou a China a conter práticas econômicas que, segundo ele, desestabilizam o comércio internacional. Ele expressou otimismo de que negociações em andamento com diversos países possam ajudar a reequilibrar a economia mundial e tornar o sistema de comércio global mais justo.
Em relação às tarifas impostas à China, Bessent descartou a possibilidade de reduções unilaterais antes de qualquer negociação formal. Ele enfatizou que qualquer movimento para diminuir as tensões comerciais precisaria ser mútuo. “Não acho que nenhum dos lados acredita que os níveis atuais de tarifas são sustentáveis”, disse. “Isso é o equivalente a um embargo, e uma ruptura entre os dois países no comércio não atende aos interesses de ninguém”, completou.
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