Explosões atingem a Caxemira indiana em supostos ataques paquistaneses

Reuters -  Explosões ocorreram na cidade de Jammu, na Caxemira indiana, na noite de quinta-feira (8), durante o que os militares indianos disseram ter sido um ataque de drones e mísseis paquistaneses na região disputada, no segundo dia de confrontos entre os vizinhos com armas nucleares.

Sirenes soaram e flashes vermelhos e projéteis podiam ser vistos no céu noturno acima da cidade, que estava mergulhada em um apagão, disse um jornalista da Reuters.

Não houve comentários imediatos do Paquistão sobre o que parecia ser uma escalada no pior confronto entre os países em mais de duas décadas.

“Nossas instalações militares estão sob ataque, isso está acontecendo em cinco distritos de Jammu (região)”, disse um oficial de segurança à Reuters.

Oito mísseis, disparados do Paquistão contra as cidades de Satwari, Samba, Ranbir Singh Pura e Arnia, na região de Jammu, foram interceptados por unidades de defesa aérea, acrescentou uma fonte militar indiana que pediu para não ser identificada.

Eles eram apenas parte de um ataque maior, acrescentou a fonte.

O Ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, havia dito anteriormente que novas retaliações eram "cada vez mais certas" depois que ambos os países se acusaram mutuamente de lançar ataques com drones.

Potências mundiais, dos EUA à Rússia e à China, pediram calma em uma das regiões de foco nuclear mais perigosas e populosas do mundo. O Consulado Geral dos EUA em Lahore, no Paquistão, ordenou que seus funcionários se abrigassem em suas casas.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu uma redução da tensão em ligações separadas com o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, na quinta-feira, informou o Departamento de Estado.

A relação entre a Índia e o Paquistão tem sido repleta de tensão desde que conquistaram a independência da Grã-Bretanha colonial em 1947. Os países travaram três guerras, duas delas pela Caxemira, e entraram em confronto muitas vezes.

Os países que reivindicam a totalidade da Caxemira e governam partes dela separadamente adquiriram armas nucleares na década de 1990.

DRONES, MÍSSEIS, DEFESAS AÉREAS

Nos últimos confrontos, a Índia disse ter atingido nove locais de "infraestrutura terrorista" no Paquistão na quarta-feira, em retaliação ao que diz ter sido um ataque mortal apoiado por Islamabad na Caxemira indiana em 22 de abril.

O Paquistão afirma não estar envolvido e nega que qualquer um dos locais atingidos pela Índia seja uma base de militantes. O país afirmou ter abatido cinco aeronaves indianas na quarta-feira, um relato que a embaixada indiana em Pequim descartou como "desinformação".

Os militares do Paquistão disseram na quinta-feira que abateram 29 drones da Índia em vários locais, incluindo as duas maiores cidades de Karachi e Lahore e a cidade-guarnição de Rawalpindi, sede do quartel-general do exército.

O Ministério da Defesa da Índia disse que o Paquistão tentou atingir vários alvos militares no norte e oeste da Índia da noite de quarta-feira até a manhã de quinta-feira e eles foram "neutralizados" pelos sistemas de defesa aérea indianos.

Em resposta, as forças indianas atacaram radares e sistemas de defesa aérea em vários locais no Paquistão na quinta-feira, disse o ministério.

A rupia indiana caiu 1% para 85,71, segundo o índice de ações de referência Nifty 50 (.NSEI), abre uma nova abacaiu 0,6%, enquanto o rendimento do título de referência da Índia de 10 anos subiu 6 pontos-base.

A negociação do índice de ações de referência do Paquistão (.KSE) foi interrompida, abre uma nova abana quinta-feira, depois que o índice caiu 6,3% devido às notícias dos ataques anteriores de drones indianos e fechou em baixa de 5,9%.

Os títulos internacionais do Paquistão ampliaram suas perdas, com o título de 2036 caindo 2,4 centavos para 72,4 centavos.

A mídia local relatou compras de pânico em algumas cidades do estado indiano de Punjab, que faz fronteira com o Paquistão, enquanto as pessoas acumulavam itens essenciais.