Israel intensifica ataques aéreos no sul do Líbano em véspera de eleições municipais

247 - Israel intensificou na noite de quinta-feira (22) uma série de ataques aéreos contra diversas localidades no sul do Líbano, em um momento particularmente sensível para o país árabe, às vésperas das eleições municipais previstas para sábado. As informações são da rede Al Mayadeen e da Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA), que destacam o agravamento da agressão israelense em áreas civis e zonas rurais.

Os bombardeios atingiram as cidades de Deir Antar, Toul, Rub al-Thalathin, Shamaa, Aitaroun, Wadi Hassan e Wadi al-Aziyah. Em Iqlim al-Tuffah, os ataques se concentraram nas regiões de al-Rihan Heights, al-Jabbour, al-Qutrani, al-Mahmoudiyah e Barguz. Segundo a NNA, um edifício foi atingido em Toul após alertas para evacuação emitidos pelo exército de ocupação israelense. Em seguida, novas explosões ocorreram entre Touline e al-Sawwaneh e nas imediações de Bouday, na região do Bekaa.

Apesar da trégua firmada em novembro, Israel manteve a escalada militar. O exército israelense alegou ter realizado ataques direcionados contra posições do Hezbollah e anunciou a morte de uma pessoa, supostamente ligada ao partido libanês. Já a NNA confirmou a ocorrência de um mártir em Rub al-Thalathin, sem, no entanto, identificar a vítima.

As ações foram duramente criticadas por autoridades libanesas. O primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, declarou que os ataques constituem "repetidas agressões israelenses contra o Líbano em um momento crítico, pouco antes das eleições municipais no sul". A denúncia destaca a intenção de Israel de exercer pressão e instabilidade política sobre o território libanês por meio de operações militares.

A tensão entre Israel e o Líbano permanece elevada desde o início da guerra em Gaza, em outubro do ano ado. Desde então, confrontos esporádicos entre o exército israelense e o Hezbollah têm sido registrados ao longo da fronteira sul do Líbano, mas os ataques mais recentes representam uma nova fase de intensificação, com alvos civis e urbanos sendo atingidos com frequência.

Analistas ouvidos por veículos da imprensa libanesa apontam que os bombardeios podem ser uma tentativa de Israel de influenciar o clima político e social no país vizinho, especialmente no sul do Líbano, onde o Hezbollah mantém forte influência popular e política.

A ofensiva israelense reacende o temor de uma nova guerra aberta contra o Líbano, como a ocorrida em 2006, e desafia os esforços diplomáticos em curso para preservar a segurança regional. Em meio ao avanço das tensões, cresce a pressão por uma resposta mais contundente das Nações Unidas e de países com influência na região para evitar uma escalada de consequências imprevisíveis.