"O governo Zelensky acabou", diz Scott Ritter
Ex-oficial de inteligência dos EUA afirma que Washington quer a remoção do líder ucraniano
247 – O ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, Scott Ritter, afirmou em entrevista à RT que o governo de Volodymyr Zelensky chegou ao fim. Segundo ele, a recente reunião entre o líder ucraniano e Donald Trump na Casa Branca foi uma “armadilha” para expor suas fragilidades e justificar sua remoção.
Zelensky completou seu mandato de cinco anos em maio de 2024, mas se recusa a realizar novas eleições, alegando que a lei marcial imposta devido ao conflito com a Rússia impede o processo. No entanto, de acordo com Ritter, a paciência de Washington se esgotou. “Zelensky não é um presidente democraticamente eleito... Essa foi uma armadilha deliberada montada pelo presidente dos EUA. A istração Trump está farta dele”, declarou.
O encontro entre Zelensky, Trump e o vice-presidente J.D. Vance, realizado na última sexta-feira, deixou clara a tensão entre Kiev e Washington. Durante a reunião, Trump afirmou que a Ucrânia precisaria negociar a paz com Moscou, ao que Zelensky retrucou, dizendo que a Rússia não era confiável e insistindo na necessidade de mais apoio militar dos Estados Unidos. Trump rebateu de forma categórica: disse que Zelensky não está “em posição de ditar” os rumos da política externa americana, criticou sua postura e questionou sua disposição para encerrar o conflito.
Para Ritter, esse foi o ponto de ruptura. “Este é o fim do governo Zelensky. Ele não vai se recuperar disso. A Ucrânia não pode se dar ao luxo de tê-lo como líder, e acho que veremos sua saída o mais rápido possível”, afirmou.
O ex-oficial também destacou que, ao contrário da Ucrânia, a Rússia nunca “perdeu a disciplina” em suas relações diplomáticas com os EUA, apesar das diferenças sobre como resolver a guerra. “Zelensky era o maior obstáculo para que os EUA e a Rússia chegassem a um acordo de paz... Ele precisava ser removido, e agora foi”, disse Ritter. Segundo ele, embora a saída do líder ucraniano possa significar o início do colapso político do país, isso pode não ser algo negativo para as negociações de paz. “A guerra praticamente acabou neste momento”, avaliou.
Apesar da crescente pressão, Zelensky segue resistindo à ideia de deixar o cargo. Em entrevista à Fox News após o encontro com Trump, ele rejeitou a sugestão do senador republicano Lindsey Graham para que renunciasse e desse lugar a alguém mais alinhado com Washington. “Só sairei se o povo ucraniano pedir”, declarou.
As declarações de Ritter reforçam a percepção de que a relação entre Kiev e Washington se deteriorou, especialmente com a mudança de governo nos Estados Unidos. O futuro de Zelensky permanece incerto, mas a perda de apoio de seu principal aliado pode representar um golpe fatal para sua permanência no poder.
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