Geraldo Alckmin: desenvolvimento é o novo nome da paz
Vice-presidente defendeu a reindustrialização em evento promovido pelo Brasil 247 e pela Agenda do Poder
247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez um discurso enfático em defesa da reindustrialização, da inovação tecnológica e de políticas públicas voltadas para a competitividade e sustentabilidade da indústria brasileira.
“O desenvolvimento é o novo nome da paz”, afirmou Alckmin ao encerrar sua fala, citando o Papa Paulo VI. A frase resume o espírito do evento e a visão do vice-presidente sobre o papel transformador da indústria na geração de empregos, na ampliação da renda e na promoção da dignidade.
Reindustrialização com inovação e sustentabilidade
Alckmin detalhou as seis missões estratégicas da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada pelo presidente Lula: agroindústria, complexo da saúde, cidades sustentáveis, transformação digital, transição ecológica e indústria de defesa e aeroespacial. “Vamos agregar valor ao que já fazemos com excelência, como a agroindústria, e apostar em setores estratégicos como saúde, onde o déficit na balança comercial é imenso”, destacou.
Ele citou como exemplo o sucesso da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, cujo valor de mercado ultraa o PIB da Dinamarca: “Isso mostra o potencial do complexo industrial da saúde, especialmente diante da mudança demográfica que o mundo vive.”
Apoio ao BNDES e à política industrial
Alckmin elogiou a atuação do BNDES sob a presidência de Aloizio Mercadante, ressaltando sua transparência e inadimplência próxima de zero: “O BNDES é campeão, nos orgulha muito.” Destacou ainda o investimento de R$ 80 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação, com estímulos via TR e recursos não reembolsáveis da Finep.
O vice-presidente também comemorou avanços no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que reduziu o tempo de registro de patentes de sete para quatro anos, com meta de chegar a dois anos em 2025.
Energia limpa, bioeconomia e transição ecológica
Ao tratar da transição ecológica, Alckmin relembrou que foi o presidente Lula quem deu início ao uso de biodiesel na matriz energética brasileira. “A mistura chegou a 13%, o governo anterior reduziu para 10%, fechando fábricas. Lula já elevou para 14% e a meta é 15%”, disse. Ele também mencionou a liderança do Brasil no uso de etanol e o potencial do país na produção de SAF (sustainable aviation fuel), junto com Estados Unidos e Índia.
Citou ainda iniciativas como a lei do combustível do futuro, o programa Mover (mobilidade verde) e o conceito de análise “do berço ao túmulo” na indústria automotiva, que inclui desde a produção até o descarte dos veículos.
Competitividade, desoneração e crédito produtivo
Alckmin alertou para o impacto do custo Brasil na competitividade da indústria e defendeu obsessão pela redução de custos. “Carga tributária na China é 22% do PIB. Na Índia, 20%. Nós temos que agir na causa e não apenas no efeito”, afirmou. Destacou medidas como a depreciação acelerada de máquinas e a redução de tributos sobre insumos da indústria química e petroquímica.
Apoiou a criação da letra de crédito para o desenvolvimento (LCD), voltada para indústria e comércio, e defendeu uma política ativa de exportação. “O Brasil tem 2% do PIB mundial. Isso significa que 98% do mercado está fora. Precisamos conquistar esse espaço”, afirmou, citando os avanços nos acordos do Mercosul com União Europeia, Singapura e EFTA.
Incentivo às pequenas e médias empresas
Com menção direta ao presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, Alckmin destacou o programa Brasil Mais Produtivo, que leva inovação e digitalização a pequenas empresas com apoio do Sebrae, Senai e BNDES. “Visitamos presencialmente 100 mil empresas e 200 mil pela plataforma digital”, disse.
Outra frente citada foi o Acredita Exportação, que prevê devolução de até 3% em créditos tributários para pequenas exportadoras. “É um reintegra de transição até a plena implementação da reforma tributária, que vai acabar com o acúmulo de crédito e estimular os investimentos”, explicou.
Resultados da indústria em 2023
Alckmin celebrou o bom desempenho da indústria no último ano, com destaque para o setor automotivo. “Enquanto o mundo cresceu 2%, o Brasil cresceu 9,1%. Geladeiras e fogões cresceram quase 20%. Ar-condicionado, 38%. Somos o segundo maior produtor do mundo, atrás apenas da China”, afirmou.
Atribuiu parte desse resultado à política de crédito e ao marco das garantias, que reduziu spreads e ampliou o financiamento ao consumo: “Ano ado, 70% dos carros eram comprados à vista. Hoje, o crédito voltou.”
Compromisso com o ajuste fiscal e a justiça tributária
Ao abordar as contas públicas, o vice-presidente reafirmou o compromisso com o equilíbrio fiscal, mas criticou o déficit de 9,1% do PIB em 2020 durante o governo anterior. “A desculpa foi a Covid. Mas o México teve só 0,5% de déficit”, comparou.
Também defendeu a nova política do imposto de renda proposta pelo governo Lula: “Até R$ 5 mil está isento. De R$ 5 mil a R$ 7 mil, redução. Acima disso, alíquota proporcional. Isso é justiça tributária.”
Com uma fala abrangente, articulada e repleta de dados, Geraldo Alckmin reafirmou o compromisso do governo com uma política industrial moderna, sustentável e voltada para o aumento da competitividade. Ao lado do presidente Lula e dos ministros presentes no evento, Alckmin demonstrou que reindustrializar o Brasil é um caminho não apenas econômico, mas social e civilizatório. Afinal, como afirmou ao final de sua fala: “Desenvolvimento é o novo nome da paz”. Assista:
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