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      Venilton Tadini: infraestrutura teve recuperação significativa nos últimos anos

      Presidente da Abdib celebrou os avanços do setor, mas defendeu investimentos ainda maiores

      (Foto: Log Produções)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no Teatro do BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, fez uma ampla análise sobre o papel estratégico da infraestrutura na reindustrialização do Brasil. Em sua exposição, Tadini reconheceu avanços importantes, mas alertou para o abismo entre os investimentos realizados e os necessários para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento social.

       “A infraestrutura tem tido nos últimos quatro anos uma recuperação de investimento muito significativa”, afirmou. “Saímos de um piso de R$ 158 bilhões, em valores constantes, para R$ 260 bilhões, superando o pico de 2014. Mas ainda estamos muito aquém do necessário. O déficit é de aproximadamente R$ 246 bilhões.”

      Avanço liderado pela iniciativa privada

      Tadini destacou que a retomada dos investimentos foi puxada majoritariamente pelo setor privado. Em 2024, cerca de R$ 212 bilhões dos R$ 260 bilhões aplicados vieram da iniciativa privada, enquanto apenas R$ 48 bilhões foram provenientes do setor público. Ele criticou o teto de gastos e o modelo fiscal que tratava os investimentos como variável de ajuste:

       “Chegamos a um ponto em 2020 em que o Brasil só investia mais que o Haiti, em termos de gasto público sobre o PIB. Algo estava claramente errado.”

      Críticas à política energética

      O presidente da Abdib também foi enfático ao apontar distorções no setor elétrico. Apesar do Brasil contar com uma das matrizes mais baratas do mundo, o custo para o consumidor está entre os mais altos. Isso se deve, segundo ele, à má formulação de subsídios e ao crescimento desordenado das fontes renováveis, como solar e eólica:

       “Faltou política industrial. Praticamente não temos cadeia produtiva nacional nesses segmentos. Foi uma oportunidade desperdiçada de fomentar a indústria brasileira.”

      A falta de planejamento levou à sobreoferta de energia em locais com pouca demanda, encarecendo os custos de transmissão e onerando os consumidores de baixa renda.

      Transporte, saneamento e desafios estruturais

      Tadini ressaltou que o setor de transporte e logística reúne os maiores volumes previstos de investimento, mas lamentou a lentidão na expansão ferroviária e a fraca presença da indústria nacional na produção de locomotivas. No saneamento, por outro lado, destacou avanços importantes desde a aprovação do novo marco legal:

       “O saneamento tem recebido incentivos e a indústria tem acompanhado. Mas ainda temos um hiato enorme entre o que foi feito e o que é necessário.”

      O investimento saltou de cerca de R$ 17 bilhões para mais de R$ 30 bilhões, com a meta de chegar a R$ 50 bilhões anuais para alcançar a universalização do serviço.

      Financiamento robusto, mas execução ainda é gargalo

      O dirigente da Abdib apontou como avanço inédito a participação simultânea de bancos de fomento, mercado de capitais e recursos externos no financiamento de longo prazo. O BNDES ampliou sua carteira de R$ 75 bilhões para R$ 136 bilhões, podendo atingir até R$ 270 bilhões. Ele também elogiou o crescimento das debêntures incentivadas e a aprovação das debêntures de infraestrutura.

       “Pela primeira vez temos uma combinação de funding realmente ampla. Mas sem bons projetos, agências reguladoras atuantes e capacidade técnica no licenciamento ambiental, esse capital não se transforma em investimento real.”

      Governança e articulação institucional

      Tadini finalizou sua apresentação com um alerta sobre a necessidade de articulação entre os órgãos responsáveis pela execução do programa Nova Indústria Brasil. Ele destacou ainda a importância do “Livro Azul da Infraestrutura”, que reúne 495 projetos aptos para investimento privado, somando R$ 750 bilhões.

       “Não dá para ter um programa dessa magnitude sem agências reguladoras fortes e sem capacidade do Ibama de conceder licenças ambientais com rapidez e consistência técnica.”

      Ele defendeu a revisão da legislação de licenciamento ambiental, desde que mantenha critérios técnicos e evite brechas que possam comprometer o rigor e a sustentabilidade dos projetos.

      Com sua fala, Venilton Tadini reforçou que o Brasil vive uma rara convergência de oportunidades para reerguer sua infraestrutura, com financiamento disponível e programas bem concebidos. O desafio agora é transformar planejamento em execução — e garantir que os investimentos sejam motores de competitividade, emprego e desenvolvimento sustentável. Assista:

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