Ciro Nogueira diz sofrer pressão da bancada para desembarcar do governo Lula e prevê debandada de partidos da base
Líder do Progressistas afirma que legenda não apoiará Lula em 2026 e aponta risco de saída do PSD, União Brasil e Republicanos
247 - O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas (PP), declarou em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, que seu partido "nunca" integrou formalmente a base do governo Lula (PT) e sinalizou que pode oficializar um afastamento. Segundo ele, a legenda nunca tomou uma decisão coletiva de apoio e que a entrada de André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte se deu por um convite pessoal do presidente.
"Tem aumentado muito a pressão dentro do nosso partido... Não digo nem de desembarcar do governo porque nós nunca entramos. O PP, como partido político, nunca tomou a decisão de apoiar este governo, indicar alguém", afirmou Nogueira ao programa Estúdio I, exibido pela Globo News, de acordo com a jornalista Andréia Sadi. "Existe uma pressão da bancada para que eu reúna o partido e tome a decisão".
A tensão entre o PP e o Planalto aumentou após o presidente Lula optar por uma reforma ministerial fatiada e priorizar nomes do PT para cargos estratégicos. Para Nogueira, o governo tem privilegiado seu partido e aliados de esquerda, como Guilherme Boulos (Psol), sem considerar a necessidade de governar para a maioria da população. "O presidente Lula decidiu governar para o seu partido. Ele não está pensando na maioria da população, de unificar o país, de tentar governar para a maioria", criticou.
O presidente do PP também descartou qualquer possibilidade de sua legenda apoiar Lula em uma eventual reeleição em 2026 e indicou que outras siglas podem seguir o mesmo caminho. "Eu acho muito difícil, impossível, que estes quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza, não estará", disse o parlamentar em referência ao PSD, o União Brasil e o Republicanos, partidos que integram a base governista.
O descontentamento do PP com o governo Lula se intensificou após a virada do ano, com a demora na reforma ministerial e a queda da popularidade do presidente, conforme apontam pesquisas recentes. Além do PP, o União Brasil também cogita deixar a base governista, apesar de comandar três ministérios.
A legenda de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, tem buscado distanciamento do Palácio do Planalto e está prestes a lançar oficialmente sua pré-candidatura à presidência em 2026. Segundo Caiado, o evento ocorrerá no dia 4 de abril, em Salvador (BA), e contará com a presença do cantor Gusttavo Lima, que tem sido cogitado como potencial candidato ao Senado.
Aliados de Lula pressionam para que o presidente intensifique acenos ao Centrão e promova novas mudanças ministeriais para manter o apoio dos partidos que ainda ocupam pastas na Esplanada. Até o momento, Lula realizou apenas duas trocas: Alexandre Padilha (PT) deixou a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e assumiu o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade, enquanto Gleisi Hoffmann (PT) assumiu a SRI.
Além disso, Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação Social no lugar de Paulo Pimenta (PT). Já a Secretaria-Geral da Presidência segue indefinida, com o nome de Guilherme Boulos entre os cotados, mas a possibilidade de sua indicação tem sido vista com resistência por aliados do governo.
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