Como a energia nuclear pode ser fundamental para a meta de descarbonização até 2050? Pesquisador do IPEN explica, em entrevista
Julian Marco Barbosa aponta os pequenos reatores modulares como solução promissora para geração limpa e ível em áreas remotas no Brasil
247 - À medida que o mundo busca alternativas energéticas sustentáveis, os países do Sul Global enfrentam o desafio de equilibrar crescimento econômico com responsabilidade ambiental. Nesse cenário, a energia nuclear, especialmente por meio dos pequenos reatores modulares (SMRs), surge como uma solução promissora para atender às demandas energéticas de forma limpa e eficiente.
Em entrevista à TV BRICS, o pesquisador Julian Marco Barbosa Shorto, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no Centro de Engenharia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), destacou o potencial papel decisivo do Brasil no avanço do setor, com foco nos pequenos reatores modulares — tecnologia que deve transformar o panorama da energia limpa nos próximos anos.
“O Brasil tem uma tradição na área nuclear. Dominamos todo o ciclo completo do enriquecimento do urânio. Poucos países do mundo têm isso, é um aspecto que podemos colaborar bastante dentro dos BRICS”, afirmou Julian.
Ele também relacionou a temática nuclear com outro assunto estratégico: os desafios ambientais e o compromisso de descarbonização para o futuro. "Não dá para abrir mão da energia nuclear se quisermos cumprir a meta de descarbonização até 2050. A energia nuclear é fundamental.", afirmou o pesquisador.
Os SMRs, reatores nucleares de menor porte e construção modular, são apontados como soluções promissoras para fornecer energia em regiões remotas e de difícil o. "Pequenos reatores modulares são os mais promissores. Vão trazer uma nova vida ao setor. Eles vão poder gerar energia em áreas distantes, de difícil o", explicou Julian.
Além disso, o Brasil estuda a aplicação desses reatores na exploração do pré-sal. "Estamos estudando também a utilização de reatores na exploração do pré-sal, é uma área que está se desenvolvendo", acrescentou o pesquisador.
A tecnologia dos SMRs oferece vantagens como maior segurança, custos reduzidos e menor tempo de construção. "A perspectiva é de aumento do uso da energia nuclear, principalmente pela descarbonização. Ela é uma energia limpa, de baixa pegada de carbono, que fornece uma base importante. E com os pequenos reatores nucleares, os SMRs, de geração quatro, fornecem uma perspectiva de crescimento do setor em médio prazo", destacou Julian.
O Brasil, ao lado de China e Rússia, investe em pesquisas sobre SMRs, visando ampliar a cooperação no setor nuclear dentro do BRICS. A iniciativa busca não apenas fortalecer a matriz energética, mas também contribuir para a meta global de neutralidade de carbono até 2050.
A entrevista completa pode ser ouvida pelo site da TV BRICS.
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