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      Depoimento do ex-comandante da FAB foi "esclarecedor", "firme" e "preciso", dizem ministros do STF

      Depoimento de Carlos Baptista Junior ao STF confirmou as intenções golpistas de Bolsonaro, a oposição do Exército e da Aeronáutica e o apoio da Marinha

      Paulo Sergio Nogueira, Braga Netto, Jair Bolsonaro, Almir Garnier Santos e Carlos de Almeida Baptista Junior (Foto: Reprodução/Twitter)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O depoimento prestado pelo ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (21), foi classificado por ministros da Corte como "esclarecedor", "firme" e "preciso", segundo informações do jornal O Globo. O militar confirmou pontos centrais da investigação conduzida pela Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado articulada após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

      O testemunho do brigadeiro ganhou ainda mais relevância após o mal-estar provocado pela oitiva do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, dois dias antes. Ao depor na segunda-feira (19), Freire minimizou as discussões golpistas e tentou enquadrá-las como "estudos" de mecanismos previstos na Constituição, como Estado de Defesa, Estado de Sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A relativização foi prontamente confrontada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que relembrou os termos do depoimento anterior do general à PF.

      Confirmação da ameaça de prisão - Entre os principais pontos do depoimento de Baptista Junior está a confirmação de que o general Freire Gomes ameaçou prender Jair Bolsonaro caso ele decidisse levar adiante a proposta golpista. O brigadeiro relatou aos ministros: “o general Freire Gomes é uma pessoa polida, educada. Logicamente ele não falou essa parte com agressividade com o presidente da República, ele não faria isso. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma, mas colocou exatamente isso: ‘se o senhor tiver que fazer isso, vou acabar lhe prendendo’".

      A fala contradiz a versão suavizada apresentada por Freire Gomes em sua oitiva e reforça a seriedade das tratativas registradas pela Polícia Federal sobre a conspiração.

      Apoio explícito da Marinha a Bolsonaro - Outro ponto destacado por Baptista Junior foi o apoio direto da Marinha à intenção golpista de Bolsonaro. Segundo ele, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, chegou a colocar as tropas à disposição: “em uma dessas reuniões, chegou o ponto em que ele [Garnier] falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente Bolsonaro".

      Questionado durante a audiência, Baptista Junior reforçou a gravidade da postura do almirante: “eu não fiquei sabendo à toa que a Marinha tem 14 mil fuzileiros".

      Segundo o brigadeiro, enquanto ele e Freire Gomes mantinham uma posição alinhada e institucional, Garnier se mostrava isolado: "infelizmente, uma vez falei a ele que nada pode ser tão pior para as Forças Armadas que não ter uma postura de consenso, e, talvez isso tenha sido o mais difícil, o almirante Garnier não estava na mesma postura que Freire Gomes e eu".

      Depoimento visto como marco no processo - A fala de Baptista Junior foi prestada como testemunha da acusação, representada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e é considerada um dos depoimentos mais contundentes até o momento no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.

      Com a confirmação de detalhes-chave, como a ameaça de prisão feita por Freire Gomes a Bolsonaro e o posicionamento da Marinha, o depoimento fortalece a tese de que havia uma divisão interna nas Forças Armadas e que o núcleo civil do governo Bolsonaro buscava apoio militar para subverter o resultado das eleições de 2022.

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