Dono do Telegram acusa França de tentar censurar conservadores romenos antes da eleição
Pavel Durov, fundador do Telegram, afirma que chefe da inteligência sa pediu banimento de vozes conservadoras; governo francês nega ingerência
247 – O fundador do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, afirmou neste domingo (19) que recusou um pedido do chefe dos serviços de inteligência da França para banir vozes conservadoras romenas da plataforma antes das eleições no país do Leste Europeu. A informação foi revelada pelo próprio Durov em uma publicação feita na rede social X (antigo Twitter) e repercutida pela Reuters.
“Esta primavera, no Salon des Batailles do Hôtel de Crillon, Nicolas Lerner, chefe da inteligência sa, me pediu para banir vozes conservadoras na Romênia antes das eleições. Eu recusei”, declarou Durov. Segundo ele, o Telegram se mantém firme na defesa da liberdade de expressão, independentemente da pressão de governos. “Não bloqueamos manifestantes na Rússia, Belarus ou Irã. Não vamos começar a fazer isso na Europa”, completou.
A declaração veio no mesmo dia em que a Romênia vivenciou uma surpreendente virada eleitoral: o prefeito centrista de Bucareste, Nicușor Dan, venceu as eleições presidenciais, derrotando um rival da extrema-direita nacionalista que havia prometido adotar uma linha política inspirada no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para seu segundo mandato em 2025.
A primeira menção de Durov ao suposto pedido francês apareceu em um post mais sutil no Telegram, no qual ele usou o emoji de uma baguete como referência indireta à França, sem citar explicitamente o país. A resposta oficial do governo francês veio horas depois: o Ministério das Relações Exteriores negou qualquer tipo de interferência nas eleições romenas.
“A França rejeita categoricamente essas alegações e conclama todos à responsabilidade e ao respeito pela democracia romena”, declarou a chancelaria em nota.
Até o momento, os serviços de inteligência ses não comentaram diretamente o conteúdo da acusação feita por Durov. A Reuters, autora da reportagem original, informou que está buscando mais informações junto às autoridades.
A controvérsia levanta questionamentos sobre os limites da atuação governamental em plataformas digitais e o papel das big techs na mediação dos debates políticos contemporâneos. Ao rejeitar pressões para censura, Durov posiciona o Telegram como um espaço resistente à interferência estatal, em contraste com outras plataformas frequentemente criticadas por remover conteúdo político sob influência de governos ou instituições.
Enquanto o caso repercute internacionalmente, a Romênia segue digerindo o impacto de sua eleição presidencial, marcada por uma reviravolta política e por acusações de tentativa de controle narrativo por parte de potências estrangeiras.
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