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      EUA: empresa de correios UPS demite 20 mil e GM suspende previsão anual por causa das tarifas de Trump

      Guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA afeta expectativas de mais de 40 empresas e faz PIB projetado do país entrar em queda

      Um carro do Grupo Volkswagen é carregado em um navio de carga enquanto carros de luxo Porsche e outros VW destinados à exportação para os Estados Unidos aguardam para serem carregados no porto de Emden, perto do estuário, onde o Rio Ems deságua no Mar do Norte, em Emden, Alemanha, em 2 de abril de 2025 (Foto: REUTERS/Wolfgang Rattay)
      Luis Mauro Filho avatar
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      Reuters: As consequências da política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam reverberando intensamente no cenário empresarial global. Nesta terça-feira (29), a UPS anunciou um corte de 20 mil postos de trabalho para conter custos, enquanto a General Motors retirou sua previsão financeira para o ano e adiou uma importante teleconferência com investidores, programada agora para quinta-feira.

      Outras gigantes como Kraft Heinz, Electrolux, JetBlue Airways e diversas multinacionais de peso também revisaram ou abandonaram suas projeções para 2025, destacando os efeitos da instabilidade comercial nas estratégias corporativas de longo prazo. De acordo com levantamento da Reuters, cerca de 40 companhias globais já reduziram suas expectativas nas primeiras semanas da temporada de balanços do primeiro trimestre.

      “Todas as previsões se provaram erradas”, afirmou à Reuters Yannick Fierling, CEO da Electrolux. “Estou surpreso que as pessoas estejam dizendo que têm uma visão sobre o futuro das tarifas.”

      Desde o retorno de Trump ao poder, em janeiro, o índice S&P 500 já acumula queda de 7%, resultado das turbulências geradas pela nova rodada de tarifas generalizadas, lançadas no início de abril. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, buscou amenizar os ânimos nesta terça ao anunciar que o governo trabalha para evitar a bitributação sobre peças automotivas. Segundo ele, o pacote incluiria cortes de impostos e desregulamentação como forma de resgatar a confiança empresarial.

      Contudo, a incerteza já comprometeu o clima entre executivos e consumidores. As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre foram drasticamente rebaixadas. A expectativa inicial de crescimento de 0,3% caiu para estimativas negativas: -0,8% (Goldman Sachs), -1,4% (Morgan Stanley) e até -1,75% (JPMorgan). Indicadores de emprego e confiança também recuaram: as vagas diminuíram em março e o índice de confiança do consumidor do Conference Board atingiu seu pior nível desde a pandemia, pressionado pela alta nas expectativas de inflação.

      “O mundo não enfrentava impactos tão significativos no comércio global há mais de um século”, declarou Carol Tomé, CEO da UPS.

      Tarifas desestabilizam planos das empresas

      Mesmo com recuos pontuais, como a suspensão de algumas medidas, as tarifas impostas à China e os tributos sobre metais continuam valendo, com novas ameaças direcionadas a setores como transporte, farmacêutico e semicondutores. Em meio a esse cenário, a GM e a Volvo Cars também suspenderam suas orientações financeiras. A GM transferiu sua divulgação de resultados para aguardar mais definições sobre a política comercial. “Estamos dizendo às pessoas para não confiarem nas orientações anteriores”, alertou o diretor financeiro da montadora, Paul Jacobson.

      A fabricante Porsche AG revelou perdas de pelo menos €100 milhões entre abril e maio devido às tarifas de importação dos EUA. Já a Volvo anunciou um corte de US$ 1,8 bilhão em gastos e um plano de reestruturação em território norte-americano, após queda no lucro trimestral. A expectativa é que os preços de carros subam milhares de dólares, pressionando ainda mais uma indústria que já enfrenta dificuldades para acelerar a transição aos veículos elétricos.

      Riscos à confiança do consumidor

      A tensão em torno das tarifas também chegou ao consumidor. A Casa Branca reagiu com irritação a uma reportagem do Punchbowl News, segundo a qual a Amazon estaria considerando detalhar nos produtos os custos adicionais provocados pelas tarifas. A empresa negou, mas itiu que seu braço de produtos íveis, o Amazon Haul, avaliou listar taxas de importação em itens específicos.

      Bjorn Gulden, CEO da Adidas, disse que, apesar dos bons resultados, a empresa optou por não elevar suas metas por conta da instabilidade: “Em um mundo normal, aumentaríamos as previsões. Mas não sabemos quais serão as tarifas finais”, declarou.

      No setor de bens de consumo, Kraft Heinz, Hilton, Porsche e Electrolux também anunciaram revisões negativas para suas projeções de 2025. “A história nos diz que a incerteza prolongada influenciará as decisões de compra dos consumidores”, alertou Jacob Aarup-Andersen, CEO da cervejaria dinamarquesa Carlsberg.

      As palavras dos executivos e os números dos balanços indicam que o impacto da estratégia comercial do presidente Trump – mesmo que parcialmente revertida – já impôs perdas significativas à economia global e à capacidade de planejamento de empresas e consumidores.

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